domingo, 25 de setembro de 2016

O desenho metodológico de uma pesquisa qualitativa sobre cinema e educação


Por Raquel Pacheco para  Revista LUMINA

Resumo
O desenho metodológico utilizado para a realização de uma pesquisa de campo sobre projetos de cinema e educação em Portugal e no Brasil é o tema principal a ser tratado aqui. A  pesquisa realizada teve como objetivo caracterizar como diferentes projetos de cinema e educação funcionam no seu dia-a-dia; identificar que tipo de pedagogias e metodologias são utilizados; saber o que estes projetos significam e de que forma contribuem para e com os jovens que deles participam e para sua educação enquanto sujeitos de direitos; e, por fim, perceber o papel das políticas públicas nesta área. Com o intuito de conseguirmos respostas para estas demandas, realizamos um trabalho de campo no Brasil e em Portugal, onde desenvolvemos um processo metodológico que inclui a pesquisa etnográfica através da observação participante e outros métodos relacionados à pesquisa qualitativa. E é sobre este processo metodológico que iremos falar.
Palavras-chave: cinema e educação; epistemologia; pesquisa qualitativa; jovens; estudo dos media 



Texto completo:

sábado, 24 de setembro de 2016

Solidão não rima com inclusão

Resultado de imagem para José Pacheco

Por José Pacheco para Portal Educare.pt
Nunca será de mais voltar ao assunto, para lembrar que, apesar da teoria e contra ela, a realidade diz- nos que, desde há séculos, tudo está escrito e tudo continua por concretizar. Nunca será de mais falar de inclusão. Nunca será de mais lembrar que os projetos humanos carecem de um novo sistema ético e de uma matriz axiológica clara, baseada no saber cuidar, conviver com a diversidade. 

A chamada educação inclusiva não surgiu por acaso, nem é missão exclusiva da escola. É um produto histórico de uma época e de realidades educacionais contemporâneas, uma época que requer que abandonemos muitos dos nossos estereótipos e preconceitos, que exige que se transforme a "escola estatal" em escola pública - uma escola que a todos acolha e a cada qual dê oportunidades de ser e de aprender. 
Os obstáculos que uma escola encontra, quando aspira a práticas de inclusão, são problemas de relação. As escolas carecem de espaços de convivencialidade reflexiva, de procurar compreender que pessoas são aquelas com quem partilhamos os dias, quais são as suas necessidades (educativas e outras), cuidar da pessoa do professor, para que se veja na dignidade de pessoa humana e veja outros educadores como pessoas. Sempre que um professor se assume individualmente responsável pelos atos do seu coletivo, reelabora a sua cultura pessoal e profissional... "inclui-se". Como não se transmite aquilo que se diz, mas aquilo que se é, os professores inclusos numa equipa com projeto promovem a inclusão.
Aos adeptos do pensamento único (que ainda encontro por aí...) direi ser preciso saber fazer silêncio "escutatório", fundamento do reconhecimento do outro. Que precisamos de rever a nossa necessidade de desejar o outro conforme nossa a imagem, mas respeitá-lo numa perspetiva não narcísica, ou seja, aquela que respeita o outro, o não eu, o diferente de mim, aquela que não quer catequizar ninguém, que defende a liberdade de ideias e crenças, como nos avisaria Freud. Isso também é caminho para a inclusão.
Aos cínicos (que ainda encontro por aí...) direi que, onde houver turmas de alunos enfileirados em salas-celas, não haverá inclusão. Onde houver séries de aulas assentes na crença de ser possível ensinar a todos como se de um só se tratasse, não haverá inclusão. Direi que, enquanto o professor estiver sozinho, não haverá inclusão. Insisto na necessidade da metamorfose do professor, que deve sair de si (necessidade de se conhecer); sair da sala de aula (necessidade de reconhecer o outro); sair da escola (necessidade de compreender o mundo). O ethos organizacional de uma escola depende da sua inserção social, de relações de proximidade com outros atores sociais.
Também é requisito de inclusão o reconhecimento da imprevisibilidade de que se reveste todo o ato educativo. Enquanto ato de relação, ele é único, irrepetível, impossível de prever (de planear) e de um para um (questionando abstrações como "turma" ou "grupo homogéneo"), nas dimensões cognitiva, afetiva, emocional, física, moral... As escolas que reconhecem tais requisitos estarão a caminho da inclusão.
Na solidão do professor em sala de aula não há inclusão. Nem do aluno, metade do dia enfileirado, vigiado, impedido de dialogar com o colega do lado, e a outra metade, frente a um televisor, a uma tela de computador ou de telemóvel... sozinho. A inclusão depende da solidariedade exercida em equipas educativas. Um projeto de inclusão é um ato coletivo e só tem sentido no quadro de um projeto local de desenvolvimento consubstanciado numa lógica comunitária, algo que pressupõe uma profunda transformação cultural.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Revista Teias: Cinema e Educação em Debate

ril 28, 2016
As professoras e pesquisadoras Adriana Hoffmann Fernandes e Virgínia de Oliveira Silva coordenaram a última edição da Revista Teias, v. 17, n. 44 (2016): Cinema e Educação em Debate:

"Apesar do campo [Cinema e Educação] já existir há muitos anos,
ou melhor, décadas, atualmente continuamos tentando provar que ele é importante.
Me parece que existe um vácuo entre quem está fazendo,
quem está aprendendo e a relação com o governo e com a escola.
Há uma ausência de comunicação.

(Índia Martins. Entrevista a Raquel Pacheco, 2015)
                   (fotografia: Programa Imagem em Movimento)


Este Número Temático abre um espaço importante para divulgar as pesquisas realizadas na
área de Cinema e Educação e as reflexões oriundas destas com o objetivo de ampliar o processo de comunicação de que nos fala Índia, professora da UFF, na epígrafe deste texto. Nesse movimento, a revista TEIAS busca colaborar com o processo de garantir uma maior visibilidade às pesquisas na área de Cinema e Educação – área que possui pesquisadores que a ela se dedicam há décadas, muito embora não venham encontrando com muita tranqüilidade espaço para a publicação dos resultados de seus estudos nos periódicos acadêmicos da educação. Em resistência a essa ação que limita a circulação, a divulgação e a socialização de conhecimentos tecidos ao longo dos tempos espaços de nossas práticas reflexivas, reunimos nesta edição os artigos que trazem algumas das questões pertinentes aos pesquisadores da área e que vêm sendo discutidas nas relações entre o Cinema e a Educação, em diferentes espaços de ação pedagógica e de pesquisa.
Os autores que compõem este número temático de Cinema e Educação realizam muito bem esse papel de nos apresentar, de forma consistente, por onde caminha boa parte das discussões na área. Temos nesta edição artigos que refletem sobre a questão do outro e da diferença nos filmes e na relação que os sujeitos estabelecem com o cinema em suas diversas formas de acesso; que promovem reflexões a respeito do processo formativo com o cinema; que focalizam a análise de projetos de Cinema e Educação; que refletem sobre o fazer cinematográfico; que se debruçam sobre materiais pedagógicos; e que pensam sobre a importância da preservação e da acessibilidade ao material audiovisual. Ou seja, reunimos uma gama significativa da reflexão que vem sendo tecida e que se expressa nas políticas em processo de construção sobre o cinema na escola e o debate na área. As relações com o audiovisual, com o fazer cinema e com o preservar e difundir o cinema e as questões referentes às políticas fazem parte do modo como dialogamos com os outros do cinema e pelo cinema. A diversidade com que o tema é abordado e que apresentaremos a seguir já aponta a riqueza dessa perspectiva de trabalho e de pesquisa que une Cinema e Educação. Esperamos que, com a abertura de cada vez mais espaços de reflexão e debate entre as áreas da Comunicação e da Educação, amplie-se cada vez mais esse diálogo entre os projetos, as pesquisas e as políticas nas áreas de Cinema e Educação." (as autoras) 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Oficina de Selfie no Palácio Marquês de Pombal

Neste último sábado estivemos reunidos em uma oficina "Selfie no Palácio", promovida pela Câmara Municipal de Oeiras, através do Serviço Educativo do Palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras.  

O objetivo desta oficina foi a criação e reflexão sobre a técnica fotográfica baseada no processo de selfie,utilizando uma metodologia que inclui a dinâmica participativa  através da exibição e discussão de imagens.
O termo selfie é derivado da palavra inglesa self, que remete a si próprio, como um pressuposto de ser uma fotografia digital, partilhada através da internet e que tem por propósito fazer um auto retrato.
Com o advento das novas tecnologias da comunicação, o uso das redes sociais e a passagem da fotografia para o processo digital,  criou-se novos paradigmas, novas formas de representação do mundo. Para além do uso de textos, a imagem assumiu o papel de comunicar sentimentos e vontades, de construção do imaginário e representações das diferentes realidades.
O sucesso e a popularidade da selfie não reside na fotografia em si, no registo da ocasião e/ou pessoa, mas sim na possibilidade de publicitá-la, compartilhá-la com outros indivíduos e de, a partir dessa premissa, narrar-se a outrem.

Criação e formação: Raquel Pacheco



segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A Rede Media e Literacia agora tem um site novo

A Rede Media e Literacia está a crescer e por isso transformamos o nosso Blog em um Site com o blog dentro. Agora temos muito mais informações, projetos parceiros a nível internacional e nacional, propostas de formações, palestras, consultoria, artigos, notícias do blog e muito mais. Convidamos a explorar  as páginas do novo SITE Rede Media e Literacia